terça-feira, 4 de maio de 2010

Mundo distante

Uma história geralmente começa pelo começo, inicia-se pelo início, aponta de um ponto.
Só que essa história tem um ponto de partida no meio dela.
Eis aqui:

Em um mundo distante, onde o azul do céu reina sobre o verde das árvores, onde o silêncio é o barulho mais apreciado por homens e mulheres, onde o canto dos pássaros ecoa no fundo da alma dos seres, mora Manoela.
A menina não sabe nem quer saber de um mundo diferente deste. Manoela não quer viver longe dali, longe de viver.
Todos os dias, Manoela toma banho de cachoeira, sobe e desce morro, apanha frutos maduros, perambula por entre as árvores imensas que fazem uma sombra gostosa no final da tarde, propícia para um piquenique.
A garota observa a natureza e se vê nela. Manoela é muito esperta, é ainda uma menina mas consegue sentir e pensar como uma mulher. Não vêm ao caso citar a idade de Manu, pois o que significam os números?
Para ela, os números só fazem as pessoas perder tempo com bobagens. Eles existem para distrair a gente de alguma coisa importante que está bem aí na nossa frente, claramente simples, porém as máscaras que são usadas por quem se perdeu da natureza não permitem que sejam vistas. E aí? A gente finge não ver, não entender e, deixa pra lá.
Embora Manu não deixasse nada pra lá, em certas ocasiões a menina era obrigada por sua mãe a fazer algumas coisas contra a sua vontade e era preciso deixar os passeios por entre as folhas de outono caídas no gramado lá de fora para ser 'alguém na vida', um dia.
Mas a garota não entendia, brigava, chorava, reclamava por precisar seguir uma linha, considerada normal para sua mãe. O sonho de Rafaela era vê-la formada, trabalhando em uma firma boa, sendo uma profissional reconhecida, de muito sucesso, ganhando muito dinheiro.
Mas para Manoela ninguém se quer perguntava o que ela sentia. O que ela via.
E a menina foi deixando a mãe e as vontades dela pra lá. Não era uma tarefa simples, muito pelo contrário: por muitas vezes Manu precisou fazer Dona Rafaela chorar, chorar e chorar por dias seguidos, mas de que adiantaria Manoela agradar sua mãe e não viver.
As escolhas de Manoela foram ficando ameaçadas pela saúde de sua mãe, que ficou doente por muitos e muitos anos.
As simples e reais vontades de Manoela foram sendo deixadas pra lá por amor.
E a menina até hoje caminha, corre, tropeça, perambula por entre os girassóis amarelos daquele mundo de lá. Manoela está com quase 20 anos e ainda quer fazer tudo aquilo que sempre quis. Manoela tem uma vida toda pela frente, ela precisa só de um tempo para deixar pra lá um pouco desse amor para conseguir alcançar seu jardim florido, para evoluir e dar uma volta pelo mundo com o mundo nas mãos.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mulher



Sentimentos envoltos de uma maneira intensa: do que ficou, do que passou, do que marcou.
Uma verdade é absoluta: momentos e movimentos vêm para nossa evolução e para fazer o sentido acontecer em nossas vidas.
Eu parei neste momento, parei neste final de semana, parei para pensar, refletir e realizar. Parei para viver, aprender e amar.
Não foi aquele parar de estacionar, mas sim um preciso parar para sentir.
Sentir aquilo que está acontecendo do nosso lado e que não nos damos conta.
Sentir aquela brisa do mar no nosso rosto e reinventar aquilo que achamos que não existe mais, que não tem mais jeito.
Acreditar, acho que é o que está acontecendo. Acreditando no desacreditado. Passado que passou, presente que ficou e fica.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Encontro




O que a gente diz não ver, a gente simplesmente vê bem visto, melhor impossível.
O que a gente não diz, a gente pensa e isso já basta.
O que a gente só não consegue é deixar de sentir.
Isso sim é impossível. Não tem como deixar de ver, saber, enxergar, dizer, falar, pensar.
A gente até pode deixar pra lá, fazer de conta que não é.
Até quando eu não sei, não entendo também o motivo, sei lá.
Eu entendi hoje aquelas palavras que o povo diz: 'Os olhos são as janelas da alma'.
Pois é, eles não enganam, eles não mentem, eles nem precisam dizer nada, só olhar.
E 'só' olhar faz com que elas se encontrem de uma maneira que até assusta. E a gente deixa isso pra lá.
O amor, ele assusta, ele é bom demais pra ser verdade.
O mundo, se fosse amor seria bem diferente desse que a gente conhece.
É através dos nossos olhos que a gente permite o amor tomar conta da gente.
E eu quero te olhar eternamente.

Hoje

Hoje eu decidi por não mais insistir em algo que persisto há muito, entendi finalmente que passado um tempo isto tem o nome de burrice.
Hoje eu decidi ter coragem para dizer aquilo, quase que exatamente, eu precisava ter dito algum tempo atrás e tinha medo de fazê-lo.
Hoje eu decidi que preciso ser mais eu, assumir o que penso, o que faço, meus desejos, minhas virtudes.
Hoje eu acordei e vi o dia de sol batendo na janela do quartinho de costura e agradeci imensamente por estar viva.
Hoje eu entendi que a gente demora mesmo pra enxergar aquilo que está bem debaixo do nosso nariz, o que a gente não quer ver, ora por amor, ora por dor, mas acaba entendendo por um ou por outro.
Hoje eu percebi que existe muito ainda neste mundão afora para se conhecer e se descobrir e, a hora é agora.
Hoje eu compreendi que não devo esperar nada das pessoas.
Hoje eu me senti humana, me senti gente que pode, que consegue, que vive.
Hoje, durante o almoço, o tempo parou e com ele eu consegui entender essas coisas, e foram em apenas trinta minutos, meia hora de um intenso momento as quais fizeram com que eu enxergasse a existência de muita coisa além daquelas que estão ao nosso redor. Um algo assim tão simples e tão complexo ao mesmo tempo.
Hoje eu quero explorar o mundo, as gentes e os por quês, e só de pensar que um dia eu pensei em não querer mais nada além de você junto comigo, eu me arrependo amargamente e morro de vergonha por isso ter estado em minha mente por mais de alguns minutos.
Hoje eu percebi mais um pouquinho quem exatamente sou eu, encaixei uma pecinha daquele quebra-cabeça gigante que a gente leva a vida inteira pra terminar de montar.

sábado, 17 de abril de 2010

Um novo parágrafo com letra maiúscula

Nada como um chá da tarde para aliviar os neurônios pensantes.
Nada como passar a manhã com um serzinho (digo no diminutivo por ele, ainda, ser pequenino) que te faz acreditar um pouco mais em você e neste mundão de pernas pro ar.
Sábados são dias serenos, são dias que poderiam ser ainda mais tranquilos se não fossem meus pensamentos.
Um velho desejo de fazer algo acontecer que não depende de mim, totalmente.
Um almoço hoje me permitiria dizer palavras antigas que engasgadas estão há tempos. Eu estava pronta, mas somente eu, pelo visto.
O almoço aconteceu, não da forma planejada, imaginada, pensada: fomos eu e eu mesma.
Não que eu já acreditasse (não mesmo) que você não ligaria, não iria, esqueceria.
Mas também, não preciso dizer quem é que está sendo insistente nisso, se já é a quarta vez que o fato se repete e continuo remarcando, persistindo na já lendária conversa legal.
Imaginei que uma ligação desmarcando, ao menos, acontecesse. Consideração e educação fazem parte do meu vocabulário, mas somente do meu, pelo visto.
Eu tenho alguns vários pontos desta história toda que consegui já encontrar: ponto de interrogação, ponto e vírgula, exclamação..Guardei-os com todo amor que alguém pode ter..Mas precisa é haver amor em todas as frases, pois se não ele de nada vale. Pois bem, preciso é de uma ajuda pra encontrar o último deles, aquele que faz uma pausa grande e nos obriga a começar na linha de baixo, depois de dois dedos um novo parágrafo com letra maiúscula.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

De um velho lugar novo

Aqui estou eu depois de quase completos 4 meses de sumiço total.
Pois bem, a vida é mesmo uma loucura, não!? Ou somos nós que a fazemos ou a queremos desta forma?
Pode ser até uma visão minha, apenas.
Enfim, hoje amanheceu cor-de-rosa aqui em Jundiaí e permaneceu o dia todo com esta cor.
Ora ela intensificava-se de maneira com que eu me sentia feliz e segura da decisão tomada, ora ela clareava gradativamente fazendo com que eu retomasse alguns pensamentos passados, ou planos antigos.
A cabeça da gente é cheia de muitas letras. São letras que não acabam mais e não nos dão trégua formando palavras, frases, textos e histórias mirabolantes que a gente quer acreditar.
As coisas agora mudaram: é comida mineira da vovó todos os dias, era uma ajudinha no telefone pra titia, cafézinho da tarde e estadia quase que diariamente, conselhos das titias queridas a todo momento, puxões de orelha do Cidão (que agora está se divertindo lá no nordeste, estou com saudades), dicas quentes das meninocas de Sampa, ventinhos secos já a tardezinha da antiga terra nova.
É, escolhi voltar, escolhi sentir, escolhi viver.
Vou-me agora depois de me perder com o post do retorno, pois parei para conversar sobre as dificuldades na comunicação entre as pessoas com o Betinho, sobre a festa dos anos dourados de sábado com sua excelentíssima esposa Neuzita, sobre o sorvete cremoso e delicioso do domingo lá na babilônia com a Terezinha e combinar a sessão cinema Chico Xavier amanhã com a formosa Carminha.
Preciso retomar por aqui, minha mente não está nada boa com as letras, estão elas um tanto confusas.
Melhor eu ir fazer massagem na vovó e ler algumas crônicas que me fazem rir.
Tomar um chá de camomila e em algum plano insistir.

sábado, 21 de novembro de 2009

A vida secreta das abelhas

Nada como uma doce dose de amor, misturada com um pouquinho de humor e uma pitada de coragem.
O filme 'A vida secreta das abelhas', baseado no livro campeão de vendas, de Sue Monk Kidd, nos leva a reflexão sobre o amor, o preconceito e a verdade.
Primeiramente, não há como passar imperceptível a desenvoltura da personagem de Lily Owens, interpretada por Hannah Dakota Fanning. A atriz, já conhecida em outros trabalhos como 'Guerra dos Mundos', 'O Amigo Oculto' e, mais recentemente em 'Lua Nova' - segundo filme da trilogia Crepúsculo, esbanja maturidade, doçura e audácia na pele da órfã.
A garota parte com sua babá (Jennifer Hudson) Rosaleen de uma vida sem sentido que vive ao lado de seu rabujento pai para descobrir a verdade sobre o passado de sua falecida mãe.
Ao encontrar abrigo na casa de August Boatwright, (Queen Latifah) uma famosa apicultora conhecida na região, Lily começa a viver uma vida realmente, ajudando as irmãs na produção de mel, descobrindo o amor, encontrando respostas para as situações passadas e presentes da vida.
Simples e complexo, carregado de surpresas, o drama lançado no ano de 2008 traz uma história de encontros e despedidas, de vida e morte, de ódio e amor e é de deixar qualquer um de queixo caído.