domingo, 18 de outubro de 2009

Mosca

Talvez hoje as palavras não façam muito sentido se saírem daqui de dentro.
Algumas, eu acho, precisam ficar.

...
Ela acordou já tarde, pois uma hora hoje se adiantou.
Comeu um pedaço generoso de bolo de chocolate, carinhosamente feito por sua mãe, e se divertiu com seus irmãos assistindo a um filme bobo.
Tomou um banho demorado, arrumou o quarto desarrumado e foi procurar algo para comer.
Agradeceu pela comida, escreveu um poema e foi olhar pro céu.
Pensou na família, nas noites, nos dias, nos amigos, na vida.
Planejou uma carta, um convite, uma aventura e decidiu arriscar.
Tomou uma cerveja, beliscou um salgadinho e foi reiniciar uma leitura esquecida.
Deitou-se na rede, viajou na história de um grande homem.
Contemplou sua bondade, a sua iniciativa, sua determinação.
Foram tantas coisas que fez a menina, isto porém, não a fez deixar de pensar em fazer mais.
Queria fazer um doce gostoso, pra quando ele chegar.
Queria poder dar um abraço gostoso nele e acordar.
Queria cantar bem alto, palavras bonitas, dançar um bocado até se cansar.
Sonhou ser a mosca, aquela mosquinha que aprendia a voar.
Voava, caia, mas não desistia, precisava tentar!
...

Sensação saciada sucessivamente, sendo o sublime sentimento surreal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário