Sinto, mas algo não me deixa, não me permite, não me encoraja.
Sinto, mas você não me procura, não me faz segura, não me jura.
Sinto, e quero também te fazer sentir, mas eu não posso, ninguém pode.
Ah! Que vulcão é esse que me pertence, que me sufoca?
Pergunto-me: De que valem as borboletas se o jardim não está florido?
Mas que flores são estas que não crescem nunca?
Só crescerão quando regarmos juntos este imenso e seco jardim de inverno?
Me diga de que valem as lembranças se o amor não é alimentado?
E de que vale o amor se ele é distante, se ele é amante?
É. Talvez eu ainda não tenha me dado conta no quanto eu acredito
na história recíproca e infeliz.
Devo tanto nela acreditar que meu inconsciente a plantou dentro de mim.
É. Talvez você ainda não tenha se dado conta do quanto eu te quero, te venero, te espero.
A pergunta ainda não tem resposta, já as respostas cada vez mais imaginadas, cogitadas, calculadas.
Me leve embora deste mundo imundo, deste gigante caos profundo, me deixe fazer a sua história, participar de toda a colheita, plantar flores com você.
Maior que o tempo que já esperamos, maior que o tempo que está por vir, maior que toda a história da qual somos protagonistas, é o meu amor por ti.
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